Enquete
O que você vai fazer com seu idoso neste fim de ano?
· Deixá-lo na ILPI
· Viajar e deixá-lo com o cuidador
· Dar um presente
· Levá-lo para um passeio especial
· Dedicar mais tempo e carinho a ele
Em 2020: 4,5 milhões de idosos serão dependentes
Em 2020: 4,5 milhões de idosos serão dependentes
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que cerca de 4,5 milhões de idosos -1,3 milhão a mais do que em 2008 - terão dificuldades para exercer as atividades da vida diária nos próximos dez anos. Desse total, 62,7% são do sexo feminino.
Os dados estão no livro Cuidados de Longa Duração para a População Idosa: Um Novo Risco Social a Ser Assumido?, que o Ipea lançou nessa quinta-feira (16), no Rio de Janeiro. O estudo foi organizado pelacoordenadora da área de População e Cidadania do Ipea, Ana Amélia Camarano, e foi tema da mesa-redondaCuidados para a População Idosa: De Quem é a Responsabilidade?
Para Camarano, mesmo que a proporção de idosos com incapacidade funcional diminua como resultado de melhorias nas condições de saúde e de vida em geral, ainda assim, muito provavelmente cerca de 3,8 milhões de idosos vão precisar de cuidados de longa duração em 2020.
Segundo ela, “é urgente pensar uma política de cuidados de longa duração para a população idosa brasileira, inclusive porque a oferta de cuidadores familiares tende a se reduzir nos próximos anos”.
Em entrevista à Agência Brasil, a coordenadora da área de População e Cidadania do Ipea disse que o objetivo do estudo é “levantar a discussão sobre de quem é, de fato, a obrigação de cuidar das pessoas idosas e se esse cuidado tem que se transformar em um risco social. A questão é se essas pessoas têm o direito ou não de ser segurado do Estado, como ocorre no caso da Previdência Social e da assistência à saúde”.
A pesquisadora do Ipea lembra que a Constituição Brasileira, a Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso responsabilizam as famílias por esses cuidados. Segundo ela, a publicação apresenta argumentos para que o Estado e a iniciativa privada assumam e dividam com as famílias essa responsabilidade.
Segundo ela, a ausência de uma política estruturada e articulada de cuidados formais do idoso, ponto de partida para as reflexões do estudo, faz com que “hoje, a família venha a desempenhar o papel de cuidar ou descuidar de aproximadamente 3,2 milhões de idosos sem praticamente nenhum apoio, seja do Estado ou do setor privado”.
Para Camarano, a ação dos órgãos governamentais é mínima, reduzida à modalidade de abrigamento nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (Ilpis) – os “asilos” do passado. “Esses têm origem na caridade cristã e a maioria ainda depende dela. Outras alternativas são escassas”, afirma.
“Eu acho que o Estado tem sim que assumir uma posição mais efetiva na criação de mecanismos de proteção e cuidado das pessoas idosas. Porque a capacidade de as famílias desempenharem esse papel está diminuindo ano a ano e, paralelamente, aumenta a demanda e alguém tem que assumir isso. A grande questão que se impõe é: esse é um risco social que o Estado deve assumir? Eu acho que sim, porque a perda da capacidade laborativa é um risco social decorrente da idade avançada. E o Estado já assumiu essa perda quando criou a Previdência Social e a aposentadoria por invalidez”.
O livro, diz o Ipea, parte do novo cenário demográfico (que indica (mais longevos na população brasileira), com quatro perguntas: como ficará a autonomia dos idosos para as atividades da vida diária?; a família brasileira continuará como principal cuidadora dos membros idosos?; quais as alternativas de cuidado não familiar disponíveis no Brasil?; e qual deverá ser a responsabilidade do Estado na provisão de serviços de cuidados para a população dependente?
Camarano lembra que os “asilos” são historicamente associados ao abandono familiar e à pobreza, e nessa associação está a origem do preconceito. “O livro busca desconstruir a oposição entre vida e residência em Instituições de Longa Permanência para Idosos, bem como entre “solidão” e “aconchego”.
O estudo procura mostrar ainda que a vida nessas instituições é um pedaço da vida fora delas, uma continuação do que se vive fora delas. “Não há rupturas, como se imagina. Nelas, existem namoros, encontros, desencontros, solidão, brigas, ‘barracos’, felicidades, tristezas e muitas outras emoções”.
Extraído de: http://agenciabrasil.ebc.com.br/ultimasnoticias/-/journal_content/56/19523/1123804
Nota do Editor: ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA (AVD) – andar sem ajuda, vertir-se sem ajuda, tomar banho sem ajuda, alimentar sem ajuda e usar o banheiro sem ajuda.
Humildade
Humildade
Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.
minha pobreza tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.
Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.
CORA CORALINA
Exposição ao sol pode prevenir comprometimentos cognitivos
Exposição ao sol pode prevenir comprometimentos cognitivos
Pouca vitamina D no organismo pode comprometer a função cognitiva
“Tomar sol pode ajudar a proteger os neurônios” é o que diz a pesquisa publicada na Revista Mente e Cérebro.
Principalmente no verão, dermatologistas costumam alertar para o uso de protetor solar, o que evita câncer e envelhecimento precoce. Mas fugir do sol também traz consequências graves para o cérebro.
Pesquisadores descobriram que a ausência de vitamina D no organismo pode comprometer funções cognitivas. Embora seja mais conhecida por promover saúde dos ossos e regular os níveis de cálcio, a vitamina desativa enzimas cerebrais que participam da síntese de neurotransmissores e do crescimento neuronal. Com essas descobertas, pesquisadores esperam que no futuro a vitamina ajude no tratamento de pacientes com Alzheimer. “Sabemos que há receptores de vitamina D espalhados por todo o sistema nervoso central e hipocampo. Além disso, ela ativa e desativa as enzimas no cérebro e no fluido cerebrospinal envolvidas na síntese de neurotransmissores e no crescimento dos nervos”, explicou o pesquisador Robert J. Przybelski, da Escola de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Wisconsin. Os estudos em animais e em laboratório sugerem que a substância pode proteger os neurônios e reduzir a inflamação.
Dois novos experimentos revelam mais novidades sobre o assunto. O primeiro, conduzido pelo neurocientista David Llewellyn, da Universidade de Cambridge, avaliou o índice da presença da vitamina em mais de 1.700 ingleses com mais de 65 anos. Os voluntários foram divididos em quatro grupos de acordo com os índices da substância encontrados no sangue: profundamente deficiente, deficiente, insuficiente e excelente; em seguida, foram testados quanto à função cognitiva. Os cientistas descobriram que, quanto mais baixos os níveis, maior o impacto negativo no desempenho na bateria de testes mentais. Se comparados a pessoas do grupo excelente, os que apresentavam valores mais baixos corriam mais risco de ter alguma deficiência mental.
O segundo estudo, conduzido por cientistas da Universidade de Manchester, na Inglaterra, concentrou-se nos níveis de vitamina D e no desempenho cognitivo de mais de 3.100 voluntários entre 40 e 79 anos em oito países europeus. As informações mostram que os participantes com níveis mais baixos demoraram mais tempo para processar informações. Essa correlação foi particularmente expressiva entre os homens com mais de 60 anos.“O fato de essa relação ter sido estabelecida em larga escala e em um estudo com seres humanos é muito importante, mas ainda há muito a ser estudado. Embora saibamos que o baixo grau da vitamina está associado ao comprometimento mental, não descobrimos se os altos reduziram a perda cognitiva”, salienta Przybelski. Pelo fato de o comprometimento cognitivo ser, em geral, precursor da demência e do Alzheimer, a vitamina D é tema em constante discussão entre os cientistas que tentam responder a essas questões. Przybelski, por exemplo, planeja um estudo sobre isso para verificar se afetará a incidência de Alzheimer em longo prazo. Então, quanto de vitamina D é suficiente?
Alguns especialistas dizem que de 15 a 30 minutos de exposição ao sol, de duas a três vezes por semana, seria o ideal para adultos saudáveis. É importante lembrar que fatores como a cor da pele, o local de residência e a área exposta ao sol afetarão o volume de vitamina D produzido por cada um.
Fisioterapeuta - cristinaribeiroft@gmail.com
A universidade do futuro é dos velhos
A universidade do futuro é dos velhos
Com base em uma investigação realizada nos últimos 20 anos com americanos acima de 50 anos de idade, cientistas da Universidade de Stanford, especializados em estudos da longevidade, sustentam que a aposentadoria prejudica a memória e, portanto, acelera a decadência do indivíduo. A razão: a falta de uso tiraria o vigor do cérebro. Semelhantes conclusões são encontradas em pesquisas realizadas em outros 12 países europeus.
Esses dados foram divulgados na semana passada, no mesmo dia em que o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revelou uma projeção sobre o envelhecimento da população brasileira- defendendo que o país deveria mudar urgentemente sua visão sobre o que é ser velho. Num futuro breve, a idade média do nosso trabalhador será de 45 anos. Na apresentação dos dados, os pesquisadores daquele instituto relacionaram a aposentadoria como mais um estímulo de problemas como a depressão e o alcoolismo.
A bomba da aposentadoria é mais um daqueles temas que estão passando longe, por motivos óbvios, dos discursos dos candidatos à presidência. No entanto, ficará- na marra- na agenda do país.
A bomba da aposentadoria é mais um daqueles temas que estão passando longe, por motivos óbvios, dos discursos dos candidatos à presidência. No entanto, ficará- na marra- na agenda do país.
Para ser mais preciso, quando isso aparece no debate eleitoral é uma ilusão, para dizer o mínimo. José Serra promete um reajuste de 10% no valor das aposentadorias e mais um aumento do salário mínimo dos brasileiros, para R$ 600,00. Todos os especialistas consultados por esta coluna me informam que, apenas na previdência, essas medidas custariam por baixo mais R$ 11 bilhões -o equivalente a todo o valor do programa Bolsa Família. Isso representaria mais uma pancada num deficit da previdência projetado, para o próximo ano, de R$ 41 bilhões. Lembremos que ele já tinha proposto duplicar o Bolsa Família, dando-lhe, além disso, um 13º. Some-se o buraco provocado pelas aposentadorias dos servidores, estimado em R$ 27 bilhões.
Dilma Rousseff fica espertamente calada diante das promessas de seu concorrente, José Serra, embora saiba que essa conta não fecha. Até porque está longe do topo das prioridades do PT mexer em interesses corporativos. O PT, afinal, é um dos responsáveis pelo buraco da aposentadoria dos servidores federais, por deixar de aprovar lei aprimorando sua contribuição.
Somos um país em que quase ninguém se escandaliza com o fato de que professores universitários se aposentam ainda jovens. Entre nas grandes universidades americanas, incubadora da maioria dos vencedores do Prêmio Nobel, e veja o número de mestres e pesquisadores ainda trabalhando com mais de 80 anos de idade.
Há uma discussão ainda mais complexa do que as questões fiscais, embutida na projeção do IPEA- de que, em breve, a idade média do trabalhador será de 45 anos- e é uma discussão essencialmente educacional. Isso significa que haverá bem menos jovens e que as empresas terão de saber lidar com empregados mais velhos. Serão demandados programas ainda mais intensos de reciclagem profissional. Não se vai poder mais parar de estudar.nAs boas empresas vão se assemelhar a escolas, com investimentos crescentes em universidades corporativas.
Isso significa que haverá bem menos jovens e que as empresas terão de saber lidar com empregados mais velhos. Serão demandados programas ainda mais intensos de reciclagem profissional. Não se vai poder mais parar de estudar.nAs boas empresas vão se assemelhar a escolas, com investimentos crescentes em universidades corporativas.
Já há sinais palpáveis desse movimento. Além da disseminação das chamadas universidades corporativas, nada cresce mais no Brasil do que ensino a distância, cujos alunos, em média, têm nota mais alta do que a dos cursos exclusivamente presenciais. A explicação: são alunos mais velhos e responsáveis.
Outro sinal é a propagação da matrícula no período noturno. Em São Paulo, uma universidade está oferecendo cursos de madrugada: as aulas começam às 23h e acabam quase às 2h.
Estamos vivendo na era da aprendizagem permanente. Estuda-se o resto da vida nos mais variados lugares. Daí que, podem apostar, a universidade do futuro, nas quais não se vai mais distinguir o virtual do presencial, será dominada pelos velhos.
PS- Para mim, esse sonho da aposentadoria é um pesadelo. É o que indica aquelas pesquisas sobre a memória. Deveríamos ensinar à criança, desde o berço, que a vida só se torna uma bela aventura, com sentido, se não pararmos de ter curiosidade, de aprender e de criar. Fazer planos para não fazer nada é a morte.
Gilberto dimenstein – e-mail: gdimen@uol.com.br
Extraído da Folha de São Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1710201021.htm
Doe um pouco de seu tempo
Doe um pouco de seu tempo
Vivemos numa época em que ninguém tem tempo de fazer mais nada. É cada vez mais difícil reunir os amigos, visitar amigos e parentes, conversar na porta de casa com um vizinho, dormir, fazer refeições em família, dentre outras coisas prazerosas, mas que acabaram sendo praticamente extintas por nosso atual estilo de vida. Ultimamente, as pessoas trabalham mais, estudam mais, somando isto às atividades de vida cotidiana, acabamos ficando com pouco tempo para convivermos com as pessoas.
Parece que ter tempo virou um artigo de luxo, o que eu considero muito triste. Valorizo muito o prazer de ter um tempo para você, de cultivar relações interpessoais saudáveis com familiares e amigos. Parece que não temos mais tempo de ajudar as pessoas que precisam de algo. Por mais difícil que possa estar a situação econômica, parece mais fácil ajudarmos em dinheiro do que em presença, ou seja, temos mais facilidade em doar coisas materiais (dinheiro, roupas e móveis que não usamos mais, livros) do que em doarmos um pouco de nós mesmos àqueles que necessitam.
Muitas pessoas precisam mais da presença de outra pessoa do que de bens materiais. Em relação ao idoso, seja ele saudável ou dependente, não poderia ser diferente.
§ Assim como as crianças, os jovens e os adultos, o idoso também tem a necessidade de se socializar, ou seja, de ter contato e conversar com outras pessoas, sejam elas de qualquer idade. O idoso também tem necessidade de falar, de escutar o que o outro tem a dizer, de ser escutado. É mito pensar que todos os idosos são ranzinzas ou chatos, eles têm muito o que ensinar e o que aprender.
§ Um grande problema relatado pelos idosos, em especial aqueles mais velhos, que já passam dos 80 anos, é a perda de familiares e amigos. Muitas das pessoas com as quais conviveram no decorrer de suas vidas já faleceram, fator que os deixa sozinhos e deprimidos. Nada os impede de fazerem novas amizades!
Doe um pouco de seu tempo para um idoso. É fácil perceber que um idoso dependente precisa de ajuda para a realização de atividades mais básicas, como comer ou vestir-se. Por outro lado, em relação ao idoso saudável, pode ser mais difícil perceber que ele também possui suas necessidades e demandas. A principal carência do idoso é de atenção e afeto. Pense um pouco nisso. Independente se o idoso é seu familiar ou não, dedique um pouco do tempo para ele. Poucos minutos podem fazer uma grande diferença na vida daquele que se sente sozinho e desamparado. Sentir que os outros te dão atenção ou gostam de você é importante para minimizar os sentimentos de solidão, de tristeza, melhora a auto-estima e o estado geral de saúde do indivíduo.
Luciene C. Miranda
Psicóloga - lucienecm@yahoo.com.br