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Quem de nós não sonha em ficar bem velhinho e cheio de saúde e de histórias para contar aos nossos netos? Mas para que isso aconteça, de forma agradável, sem os percalços inerentes ao envelhecimento, devemos começar , desde já, a estudar o processo do envelhecimento para que possamos envelhecer melhor e cuidar melhos de nossos idosos. FAÇA UM CURSO PARA CAPACITAÇÃO EM CUIDADOR DE IDOSOS!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Cuidador com o banho do idoso dependente...

Os cuidados com o banho e a higiene do idoso dependente
Devemos lembrar das atividades de vida diária (vestir-se, usar o sanitário, ter continência, alimentar-se, locomover-se e banhar-se), que pelo menos três destas atividades relacionam-se com o banho e a higiene do idoso. Quanto mais dependente e quanto menor for a capacidade funcional do idoso, haverá, então, piores condições de exercer estas atividades básicas de vida diária. Usar o sanitário, banhar-se e ter continência falam diretamente ao título deste artigo.
Diversas condições e doenças aparecem como causas, quando o idoso já não quer ou não consegue ter condições de manter o auto-cuidado. Acidente vascular cerebral, doença de Alzheimer, depressão, patologias relacionadas à coluna vertebral e doenças da visão são as doenças mais relacionadas à perda de autonomia e independência e, consequentemente, piora na manutenção do auto-cuidado.
A boa higiene do idoso se reflete na limpeza dos cabelos e do couro cabeludo, na limpeza de todo o corpo e na higiene íntima. A cavidade oral e a limpeza das gengivas, próteses e dos dentes também é fundamental. A seguir, passaremos a orientação sobre a boa prática do banho e da higiene do idoso:
BANHO
Para que o banho do idoso seja completo e eficaz, tenha sempre à mão:
• material para a higiene genital: anti-séptico de mucosas, gazes esterilizadas, comadre (urinol chato para os doentes que não podem se levantar);
• saco plástico para roupa suja;
• roupa limpa para o idoso, e fralda, caso seja necessário;
• xampu e secador;
• hidratante, colônia, espelho;
• bacia, água morna, sabão neutro, esponjas descartáveis, toalha, forro;
• biombo, caso seja necessário para manter a privacidade;
• roupa de cama limpa, forro de plástico para não molhar o colchão;
• luvas descartáveis e avental impermeável.
• arrumar o material a ser utilizado;
• ajustar a temperatura da água e a do ambiente;
• possuir o prontuário do paciente, caso seja um profissional;
• se necessário, colocar um biombo, para fornecer mais privacidade.
Algumas técnicas para o cuidador dar o banho:
• após lavar as mãos, colocar as luvas;
• tirar a roupa do idoso, ocultando as áreas do corpo que não estão sendo higienizadas;
• à medida que for lavando, secar e hidratar as partes do corpo, sobretudo as regiões de fácil esfoliação;
• com o idoso deitado de barriga para cima, e mantendo a cabeceira da cama um pouco elevada, lavar o rosto com água, utilizando uma gaze sem sabão;
• usando uma esponja com sabão, lavar braços, pernas, axilas, tórax, região submamária (embaixo das mamas), abdômen, pernas e pés, não esquecendo de lavar entre os dedos;
• retirar o sabão com água limpa;
• posicionar o paciente na lateral, e com outra esponja ensaboada, lavar o pescoço, as costas, as nádegas e a parte de trás das pernas;
• colocar o idoso novamente de barriga para cima e lavar a região genital, boca, olhos e cabelo.
• mudar a roupa de cama;
• colocar roupa limpa no idoso;
• deixar o paciente em uma posição confortável e adequada;
• recolher a roupa suja;
• jogar fora o material de uso descartável;
• fazer a limpeza e desinfecção da bacia, do pente e da comadre (urinol);
• arrumar o quarto.
Para lavar os cabelos:
• colocar o paciente de barriga para cima de forma que a cabeça fique livre. Para isto, pode-se retirar o travesseiro e colocar alguns lençóis enrolados embaixo dos ombros;
• forrar a cama para que não fique molhada e colocar uma bacia debaixo da cabeça do idoso;
• colocar tampões de algodão no ouvido do paciente;
• molhar o cabelo, aplicar o xampu e enxaguar com bastante água;
• enxugar o cabelo com uma toalha, e, se for possível, usar um secador;
• pentear e escovar o cabelo do idoso.
Já na parte de higiene da boca e dos dentes, damos as seguintes dicas:
• reunir todo o material: escova de dente, pasta de dente, anti-séptico oral, gases esterilizadas, espátula;
• misturar, em um recipiente, o anti-séptico e a água em partes iguais;
• pegar uma espátula e envolvê-la com a gaze, para que ela seja embebida na solução;
• fazer a limpeza da língua do idoso com a espátula, movendo-a de um lado para o outro para evitar náuseas. Não esquecer de limpar também as laterais e a parte superior (céu da boca) e inferior da boca, além das gengivas;
• caso o paciente possua prótese dentária, esta deve ser lavada com escova e pasta de dente;
• sempre hidratar os lábios do paciente com manteiga de cacau ou vaselina.
Finalmente, mais algumas dicas gerais para os cuidadores e familiares:
• não permitir a desconexão de sondas durante a movimentação do paciente;
• nunca molhar os curativos das feridas ou vias venosas;
• não usar álcool ou seus derivados, pois ressecam a pele. Caso seja realmente necessário, aplicar hidratante logo depois;
• proteger o idoso das correntes de ar, conservando-o sempre coberto e mantendo as janelas fechadas;
• secar direito entre os dedos e as pregas da pele;
• usar sempre toalhas macias, evitando o atrito excessivo;
• motivar o paciente a colaborar, conforme a sua capacidade e limite;
• prestar atenção à pele do idoso, para diagnosticar precocemente possíveis problemas;
• fazer a higienização uma vez por dia e sempre que for necessário;
• usar sempre o material descartável;
• proceder de maneira ágil, mas cuidadosa;
• atentar para que os materiais de higiene sejam de uso exclusivamente pessoal;
• aproveitar o momento do banho para fazer curativos e correções na postura do idoso;
• sempre seguir as medidas de limpeza recomendadas pelo médico.
(fonte: www.hospitalgeral.com.br/1_com/saudeancora03)

Instituição de longa permanência

O que é instituição de longa permanência para idosos?
Se meu andar é hesitante e minhas mãos trêmulas, ampare-me…
Se minha audição não é boa e tenho de me esforçar para ouvir o que você está dizendo, procure entender-me…
Se minha visão é imperfeita e o meu entendimento é escasso, ajude-me com paciência…
Se minhas mãos tremem e derrubam comida na mesa ou no chão, por favor não se irrite, tentei fazer o melhor que pude…
Se você me encontrar na rua, não faça de conta que não me viu, pare para conversar comigo, sinto-me tão só…
Se você na sua sensibilidade me vê triste e só, simplesmente partilhe um sorriso e seja solidário…
Se lhe contei pela terceira vez a mesma “história” num só dia, não me repreenda, simplesmente ouça-me…
Se me comporto como criança, cerque-me de carinho…
Se estou com medo da morte e tento negá-la, ajude-me na preparação para o adeus…
Se estou doente e sou um peso em sua vida, não me abandone, um dia você terá a minha idade…
A única coisa que desejo neste meu final da jornada, é um pouco de respeito e de amor…
Um pouco… Do muito que te dei um dia ! (autor desconhecido)
As INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA (ILP) são estabelecimentos para atendimento integral institucional, cujo público alvo são as pessoas de 60 anos e mais, dependentes ou independentes, que não dispõem de condições para permanecer com a família ou em seu domicílio. Essas instituições, conhecidas por denominações diversas – abrigo, asilo, lar, casa de repouso, clínica geriátrica e ancianato – devem proporcionar serviços na área social, médica, de psicologia, de enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional, odontologia, e em outras áreas, conforme necessidades desse segmento etário (SBGG-SP).
O aumento de idosos dependentes e com necessidades especiais, torna complexo o seu atendimento nas ILPs, pois não basta proporcionar-lhes abrigo, alimentação, recreação e encaminhamento para cuidados médico-hospitalares, quando necessários. Por isso, não se pode pensar apenas num programa de assistência social. Não podem faltar dieta adequada, os cuidados diários de enfermagem e todos os programas que promovam e mantenham a autonomia do idoso, além da criação de um ambiente adequado e seguro para o idoso dependente. Temos defendido que a ILP é uma moradia, mas uma moradia especializada. Por isso, achamos apropriado o emprego da expressão, que se encontra na literatura internacional: serviço de natureza híbrida ou mista, médico-social, onde se conjugam os serviços de assistência social e de assistência à saúde. É um atendimento que exige uma equipe multi-profissional e com preparo básico em Gerontologia. (Tomiko Born – gerontóloga)
Pesquisa: Idosos no Brasil – Vivências, desafios e expectativas na 3ª idade
Instituições de longa permanência
Uma pequena parte da população brasileira tem vínculos com pessoas que estão em instituições de longa permanência, muito embora cerca de metade já tenha visitado alguma e saiba que existem instituições tanto públicas quanto particulares.
A possibilidade de poder vir a morar em uma instituição, se necessário, é algo já pensado e possível para quase dois terços dos idosos, se não houver outra opção.
A praticidade e funcionalidade das instituições, como não ter que se preocupar com os afazeres e horários são os aspectos mais positivos vistos nas instituições, porém essa mesma perda do controle sobre sua rotina é um dos aspectos que mais desagrada.
Por outro lado, a presença constante de companhia, não se sentir um incômodo para a família e ter profissionais adequados para cuidá-los são outros atrativos das instituições, mas “o problema é que as boas são muito caras”.
O que mais pesa negativamente na imagem que os idosos fazem das instituições de longa permanência é a presença de pessoas com problemas mentais, serem tratados como crianças e a sensação de que, ao entrarem, nunca mais sairão – perspectiva que se agrava associada à possibilidade de rompimento dos vínculos afetivos, a perda do contato com a família e com os amigos, visitas pouco freqüentes e a impossibilidade de passarem o dia fora quando quiserem.
A imagem de descuido causada por más condições de higiene e mal trato não são muito associadas às instituições, mas os idosos acreditam que as instituições ficariam com seu dinheiro.
• Apenas 11% da população brasileira têm parente ou amigo que vive em casas de longa permanência. Entre os idosos, este índice sobe para 15%.
• Embora o vínculo com pessoas que asiladas seja baixo, 46% dos idosos já visitou alguma instituição deste tipo.
• Mais da metade da população brasileira adulta (57%) sabe que existem tanto instituições públicas como particulares para receber idosos, 20% acham que só existem instituições públicas e 11%, só particulares.
• Quando aventada a possibilidade de, se preciso, morar em uma instituição para idosos, 39% dos idosos aderem com certeza e 22% talvez, enquanto entre os não idosos 46% afirmam que, se necessário, com certeza morariam e 24% talvez. Assim, entre os idosos 61% poderiam vir a morar em uma instituição de longa permanência, caso fosse necessário.
• No entanto, a aceitação à possibilidade de morar em uma instituição de longa permanência é vista antes como decorrência da ausência de outra alternativa, pela eventual ausência de familiares e o risco de ficar na rua.
• Para não incomodar os outros são razões que, para 16% dos idosos, justificam a possibilidade de morar numa instituição. Razões associadas à dependência, ou por não ter quem cuide ou para não depender de ninguém, são as causas de 12%.
• Um índice menor remete a possibilidade de que morar em uma instituição pode oferecer maior bem estar, por ter tratamento adequado (8%, idosos e 10%, entre não idosos) e companhia (9%, ambos os públicos).
• Por outro lado, as relações familiares são as razões mais mencionadas para não morar em uma instituição de longa permanência, devido ao fato de terem uma família e esta não permitir, a falta que sentiriam da família e para não ficarem esquecidos (23% entre os idosos e 15%, entre não idosos).
• A imagem negativa das instituições, associada à idéia de tratamento inadequado, a um ambiente associado a tristeza ou à falta de higiene e a falta de companhia, ou ainda a convivência com estranhos, são outros fatores que afastam a disposição dos idosos de morarem em uma delas.
• Para melhor conhecer o imaginário dos idosos sobre as instituições de longa permanência, algumas frases do senso comum, de caráter positivo e negativo, foram avaliadas medindo o grau de concordância dos entrevistados com as mesmas.
• Frases de caráter positivo receberam maior concordância, ressaltando a praticidade e funcionalidade das instituições tais como “os idosos não têm que se preocupar com comida e afazeres domésticos” (79%) e “tem quem controle o horário dos remédios” (76%).
• A mudança no hábito de vida, marcada pelo fato de “ter horário pra tudo e não poder ter sua própria rotina” é verdade para 71%, 68% concordam que “lá nunca estão sozinhos, tem companhia o tempo todo” e que “nas instituições o idoso deixa de ser um incômodo para a família”.. Dois terços dos idosos (66%) também concordam que nas instituições “têm profissionais adequados para tratar dos idosos”. Mas “o problema das instituições é que as boas são muito caras”.
• Idéias de caráter negativo como as de que nas instituições para idosos “há muitas pessoas com problemas mentais” recebem a concordância de 63% e pouco mais da metade concorda que “nas instituições tratam o idosos como crianças” e que “depois que o idoso entra numa instituição nunca mais sai” (56%, ambas), além do fato de que “o problema das instituições é que elas ficam com o dinheiro do idoso” (54%).
• Frases que ressaltam aspectos relacionados à perda de vínculos afetivos como “o idoso perde o contato com a família e os amigos”, “o regime de visitas nas instituições para idosos é pouco freqüente” e “o idoso não pode passear ou passar o dia fora” recebem a concordância de pouco mais que metade dos idosos.
• As frases que mereceram menor concordância foram “as instituições para idosos não têm boas condições de higiene (41%), “nas instituições para idosos a família pode vir a hora que quiser” (37%) e “nas instituições os idosos são mal tratados” (30%).
A pesquisa Idosos no Brasil – Vivências, desafios e expectativas na 3ª idade foi realizada pela Fundação Perseu Abramo por meio de seu Núcleo de Opinião Pública, em parceria com o SESC Nacional e SESC São Paulo. Data do campo: 01 a 23 de abril de 2006.

Cuidador de idoso

Cuidando do idoso portador da doença de Alzheimer
Não se deve confundir alterações causadas pelo envelhecimento normal com distúrbios causados pela demência, erro comumente cometido. Senescência é o processo natural de envelhecimento; nele muitas mudanças acontecem mas são consideradas normais. Algumas alterações de memória e outras funções cognitivas são comuns em idosos sadios. A senilidade é o processo de envelhecimento com a instalação de uma patologia. Porém as manifestações de uma doença não acontecem “da noite para o dia”. Vão surgindo, pouco a pouco. Na demência, há um declínio lento de habilidades em administrar as responsabilidades em casa, nas atividades sociais. A perda de memória sempre ocorre na demência, mas não espere que este fato aconteça primeiro. Na verdade, quando percebemos uma falha importante na memória da pessoa idosa, muitas outras alterações já aconteceram e foram desconsideradas, ou seja, não foi dada a atenção necessária e muito menos procurado um atendimento médico especializado. Observem alguns exemplos:
 O idoso está com dificuldades para realizar tarefas antes feita com muita facilidade?
 Encontra desculpas poucos razoáveis para os problemas que vêm enfrentando com a memória?
 Tem explosões de raiva sem motivo relevante?
 Muda bruscamente de comportamento, saindo da alegria para o mau humor em curto espaço de tempo?
 Durante um diálogo, cala-se e fica procurando palavras?
Tem dificuldade para escolher roupa apropriada e combinada para momentos diferentes?
 Confunde dias e horários e deixa de cumprir compromissos?
Uma paciente sob meus cuidados, ainda na fase inicial da demência, vinha se vestindo de forma muito estranha. Colocava tênis com saia, calça xadrez com blusa estampada, roupa de frio no calor. Usei a seguinte estratégia, pensando em preservar a sua autonomia e independência e garantir a manutenção da sua relação sócia familiar: coloquei folhas de papel sulfite por dentro das portas dos armários, escritas com letras bem legíveis: roupas de usar com tênis, conjuntos para o dia-a-dia, conjuntos para finais de semana, roupas de verão, roupas de inverno. Fizemos isso juntas e eu coloquei que seria importante a presença dela para me ajudar.
Uma coisa é certa: as pessoas não mudam. Mesmo demenciadas, elas sempre irão demonstrar traços de sua personalidade. Pessoas agressivas vão continuar sendo agressivas e muitas vezes aumentam esta característica. Pessoas que são descontraídas, cômicas, irão continuar sendo assim. Pessoas medrosas geralmente ficam ainda com mais medos e geralmente infundados. Cabe aos cuidadores de idosos, através de conversa descontraída, perceberem as características destas pessoas, acolhendo-as com carinho, respeitando suas individualidades e sempre as conduzindo para que estejam seguras.
Zulmira Elisa Vono

Alice

Alice não mora mais aqui

Indiscutivelmente, pois bem, tirei o título deste blog do filme para contar uma grande aventura vivida por uma bela senhorinha, que resolveu aprender a nadar depois de 70 anos de idade. E foi uma grande campeã de natação, na sua faixa etária. Seu nome: ALICE HANNICKEL SIMÕES. Ate aí, só pela idade já seria um grande feito, mas tem um detalhe que me esqueci de passar para vocês: continuou a competir por vários anos, mesmo acometida pela doença de Alzheimer, após seus 80 anos!

Alice Hannickel Simões
Com mais de 20 anos de vivências e histórias nas geriatrias mineiras e brasileiras, poucas vezes vi uma família tão dedicada e sedenta de aprender sobre o enfretamento da doença de Alzheimer. Suas duas filhas buscaram todas as informações possíveis, fizeram cursos, participaram de reuniões de auto-ajuda da ABRAz (Ass. Brasileira de Alzheimer) em sua cidade, chegaram até a participar de congresso brasileiro de Alzheimer, na condição de familiares. E a mãe, Alice, ora morava com uma filha em Minas Gerais, ora com a outra filha em São Paulo.
Não me esqueço de quando chegava ao consultório, seus olhos brilhavam, lembrava-se de mim e com aquele sorriso (quase uma gargalhada!) me dizia, batendo em minha barriga: “Nossa, como ele está mais gordinho, que gracinha!”

Vera e Alice (camisetas laranjas)
Dona Alice nadou em várias competições, por várias cidades, sempre recebendo o carinho e a admiração de todos os esportistas e torcedores. Com mais de 90 anos, já cansada e debilitada pelas limitações impostas pela demência, já não conseguia mais nadar e mantinha-se alheia a toda aquela movimentação de competições que tanto gostava. Sua memória e sua dependência pioravam, já não podia mais viajar e ficava restrita ao quarto. Quando a visitava, notava que não mais me conhecia e nem esboçava aquele sorriso. Sua filha dizia para mim: “Alice não mora mais aqui!”
No dia 16 de maio último, nas primeiras horas da manhã, já acamada e totalmente dependente, Alice, como se não quisesse incomodar, deixou-nos como merecia: dormindo em sua casa, calma e em paz… Não precisou do hospital, da UTI, da emergência. Simplesmente foi!
Nossa homenagem a essa mulher guerreira e às suas filhas, Marta e Vera. Deus abençoe vocês!

Prazo de validade...

Vida: qual o prazo de validade?
Se você ultrapassou o marco dos 60 km na estrada da vida, CUIDADO: você está começando a infringir os limites toleráveis pelo universo da medicina para tratar das doenças que atingirem o seu corpo! Se na sua teimosa insistência de continuar vivo, o ponteiro indicador de quilometragem rodada ultrapassar o marco dos 80 km, melhor seria se não precisasse ousar buscar recursos médicos para tentar continuar cometendo essa loucura de VIVER.
Entre os meses de maio e junho do ano de 2003, após algumas idas e vindas de internamentos no hospital com passagens pela UTI, meu pai – aos 96 anos de idade –, mais uma vez passou mal e, num estado de sofrimento com intenso desconforto respiratório, foi levado às pressas para a emergência hospitalar.
Após ser entubado, uma equipe de médicos e enfermeiros lutava para controlar suas funções orgânicas de olhos grudados nos visores numéricos das máquinas que pareciam enlouquecidas pela alternância descontrolada dos valores registrados. Eu já tinha obtido consentimento para estar junto dele e estava segurando-lhe a mão e acariciando-lhe a cabeça. Um dos médicos, já de meia idade, aproximou-se de mim e travou o seguinte diálogo comigo:
– A senhora é parente dele?
– Sim, sou filha – respondi. Ele então disse :
– Minha senhora, isto é um moribundo! A senhora vai querer UTI para ele?!
Sem acreditar no que ouvira, meio atordoada, peço a ele que saiamos do box para conversar longe do leito em que meu pai se encontrava. Fora do box, enquanto em silêncio atentamente eu o escutava, a conversa continuou:
– Parece que a senhora não está me entendendo…
– Estou entendendo perfeitamente, doutor! Pode continuar.
– Pois bem, veja só: isto é um moribundo! Muito mais humano seria levá-lo para casa para que ele possa morrer cercado pelos entes queridos. A senhora me entende? Nós o sedaríamos e a senhora o leva de volta para casa… É, parece que a senhora não está me entendendo…
– Absolutamente, doutor! Estou entendendo tudo o que o senhor falou e estou esperando que o senhor conclua o que está a me dizer.
– Pois bem, é isso. Nessa idade, não há chance. Para que UTI? A gente seda ele e pronto: ele vai pra casa e, sem sofrer, ele pode morrer cercado pelos familiares. O que a senhora me diz?
Respirei fundo e comecei a falar:
– Doutor, eu entendi tudo o que o senhor falou e acho até que o senhor tem toda razão. Concordo com cada palavra que o senhor disse, mas eu tenho dúvidas profundas a respeito desse raciocínio lógico que determina quem de nós é o verdadeiro moribundo.
Sabe, doutor, eu não tenho certeza se vou continuar viva até a conclusão dessa nossa conversa; não tenho certeza se, ao sair daqui, vou conseguir chegar viva em minha casa; não tenho certeza se vou viver até o próximo minuto ou até os cem anos. Na minha pobre e leiga opinião, todos nós que estamos vivendo este momento de agora somos nada mais que potenciais moribundos. O senhor me diz que a solução simples de sedá-lo, o livrará do sofrimento. Eis outra dúvida minha: para que ao menos fosse diminuída essa dúvida, seria preciso que, vestida na pele dele, eu passasse pelo mesmo estado de sofrimento físico, mental, espiritual e, sedada, pudesse constatar a libertação do medo, da dor, da angústia, enfim, do sofrimento psíquico. Isto posto, eis as minhas razões para, neste momento, lhe responder que seja dado a ele todo o tratamento de que a medicina dispõe visando proporcionar-lhe uma condição salutar de vida e o ajude nessa batalha de buscar recompor as funções de seu debilitado organismo.
Pedi licença e retornei para junto de meu pai. O médico, bem jovem, que continuou a luta para equilibrar as taxas enlouquecidas do organismo olhou-me com um doce sorriso e me disse: “não se preocupe, já conseguimos regularizar os batimentos cardíacos, a pressão e agora vou me empenhar para que seja disponibilizado um leito na UTI. Ele é forte e vai conseguir sair dessa!”.
Enfim, meu pai poucas horas depois subiu para a UTI, recuperou-se e nos meados de julho voltou para casa – com limitações, é lógico – mas só veio a falecer em 26 de dezembro de 2003. Apesar de acamado, ele ria, brincava, ouvia suas músicas prediletas, ouvia-me relendo livros para ele e interagia conosco, vivendo com dignidade e a relativa qualidade de vida que sua condição lhe permitia.
Ah! Doutores, deixem-me lhes dizer: só a força da vida pode nos dar as respostas que estamos buscando encontrar. Tenhamos a humildade de colocarmo-nos a serviço da força vital, ou seja, envidar esforços na utilização de todo o conhecimento e esgotar todos os recursos disponíveis para ajudar o paciente – não importa a idade que tenha. Se o doente vier a falecer, então mais uma vez tenhamos a humildade de nos prostrar com reverência às leis supremas da VIDA conscientes de que fizemos tudo que era possível fazer. A nossa inteligência deve curvar-se diante da INTELIGÊNCIA da vida!
“Quem sabe que a alma de tudo é indestrutível e eterna, sem nascimento nem morte, sabe que a essência não pode morrer, ainda que as formas pereçam”. ( Bhagavad Gita – A Sublime Canção)
Gracinha Medeiros
Tags: Alzheimer, cti, cuidar, cuidar de idosos, idoso, idosos, médico, vida

Eduacando a criança para o envelhecimento...

Educando as crianças para o envelhecimento
Novamente a idéia do artigo da semana surgiu a partir de um comentário de uma internauta, transcrito na íntegra abaixo:
“Lembro-me sempre de uma estória (espero que seja com “e” mesmo) que a filha agredia seu pai com um pau e certo dia o mandou embora. O pai saiu com o pedaço de madeira na mão pela estrada e o neto correu até ele e pediu que ele deixasse a madeira para ele, no que ele sem entender atendeu e partiu. A filha curiosa perguntou ao filho para que ele queria aquilo, ao que ele respondeu que era para ele usar quando ela quando estivesse velhinha também.”
Quantas vezes esquecemos de que a educação que damos às crianças, refletirá a educação que elas futuramente darão aos seus próprios filhos. Da mesma forma, a forma como tratamos os idosos, em especial os nossos pais, servirá de espelho para que as crianças aprendam a tratar os idosos futuramente, ou seja, a forma como eles irão nos tratar quando precisarmos do cuidado dos filhos.
Voltando ao nosso já conhecido Estatuto do Idoso, vale ressaltar que o Artigo 22 visa incluir nos parâmetros curriculares da educação formal conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao reconhecimento e ao respeito do idoso, para assim minimizar o preconceito. Sem dúvida isto é extremamente importante.
Lanço a seguinte questão: “A função da escola é educar, formar cidadãos, mas esta também é uma obrigação da família!” A família é o primeiro local onde se dá a socialização da criança, em seguida a escola passa também a cumprir este papel. Porém, muitos pais às vezes se esquecem disto na hora de educar seus filhos.
E como a escola pode atuar neste sentido, se a criança já chega à escola com uma visão distorcida e tendenciosa sobre o processo de envelhecimento e sobre os idosos? Como as crianças, filhos de famílias que agridem seus pais idosos, com a madeira simbólica do preconceito, da humilhação, da zombaria, dos maus tratos e da intolerância crescerão e formarão uma opinião acerca dos idosos?
Nos casos de demência a família não deve esconder das crianças que o vovô ou a vovó está doente. É importante explicar para eles de maneira simples e compreensível que ele está doente, pois muitas crianças costumam ficar com medo, tristeza ou até raiva frente a algum comportamento característico da doença, principalmente quando o idoso tem alguma reação completamente diferente daquelas que ele costumava ter antes do surgimento da doença. Da mesma forma também não é legal afastar a criança do vovô ou da vovó portadora de demência, independente de seu estado de saúde é importante incentivar a criança a manter contato com este membro da família, esclarecendo suas dúvidas, respeitando seus sentimentos em relação ao que está acontecendo e evitando comentários pejorativos e humilhantes, como: “papai está esclerosado” ou “mamãe está se sujando toda hora”.
Preocupar com a educação das crianças é função de todos os pais e uma educação formadora não se restringe à instrução adquirida na escola, é algo muito mais abrangente. A educação para a cidadania é muito importante na formação de futuros cidadãos; por isto, em relação aos idosos, devemos lembrar que a criança observa a forma como tratamos os nossos pais idosos para aprenderem como irão nos tratar depois. Lógico que existem exceções, mas, de uma forma ou de outra, nós mesmos escolhemos a forma como seremos tratados quando estivermos idosos.
Luciene C. Miranda

Terapia ocupacional para o idoso

Terapia ocupacional e memória
Atualmente, a Terapia Ocupacional está ampliando sua atuação no tratamento diário de pacientes idosos portadores de algum tipo de demência, na orientação aos familiares e cuidadores e nas adaptações para desempenho das atividades de vida diária e adaptações, no ambiente onde o idoso vive.
Com o nosso atendimento, a intervenção e a reabilitação, podemos estimular a independência e a autonomia do idoso por maior tempo. É natural que, ao longo do envelhecimento, podemos reduzir o condicionamento físico, a visão, a audição, a atenção, a concentração; mas podemos compensar essas perdas e temos a possibilidade de tratar e melhorar.
Hoje em dia, sabemos que é possível cuidar da manutenção do nosso corpo e nos preparar para o envelhecimento. Fazer exercícios físicos regularmente, sempre procurar avaliação médica e exames, manter nossa mente ativa com a realização de práticas diversificadas são algumas dessas possibilidades.
Necessitamos que nosso cérebro esteja em constante atividade, estimulado pela leitura, pelo raciocínio, por novas aprendizagens. Todas as ações que desempenhamos – sejam elas diárias, como o banho, a alimentação, o ato de se vestir, sejam elas mais complexas, como anotar um recado, ir ao mercado – necessitam da função cognitiva para serem executadas. Elas não são fisiológicas, temos de pensar e raciocinar para poder praticá-las.
A Terapia Ocupacional, com seu atendimento, colabora para a manutenção dessas funções; estimulamos para manter a autonomia do idoso. Muitas vezes, os idosos agem como se não precisassem desfrutar atividades de lazer, ou um hobby, e isso não é verdade. Além dos afazeres domésticos, o ser humano necessita de outros estímulos que preencham sua vida.
Ler um livro ou uma revista, frequentar aulas de pintura, fazer um curso de língua estrangeira, uma viagem a passeio ou uma visita a um parente querido, participar de um curso de dança, praticar jardinagem, frequentar grupos de terceira idade, fazer caminhada, reunir-se com amigos para conversar, montar um caderno de receitas, resolver palavras cruzadas, ouvir música, jogar baralho, fazer ginástica, todos esses e ainda outros exemplos são formas de preservar ativos o corpo e a mente. Enquanto estamos realizando atividades como essas, podemos promover a manutenção de muitas funções que o cérebro desempenha, estimulamos a memória, a atenção, a concentração, a noção de sequência, a linguagem, as nossas habilidades, a auto-estima, a socialização, entre outras.
São todos estes momentos em que estaremos nos ocupando com algo, é que trará o benefício para nós mesmos. Por isso, é importante que escolhamos o que fazer com base no que gostamos, atividades de que participávamos há alguns anos e que paramos de fazer, atividades, que considerávamos prazerosas ou que tivéssemos vontade de aprender, mas das quais por algum motivo desistimos.
Assim, quando o idoso apresenta maiores dificuldades, já necessita de uma estimulação da memória de forma sistematizada, a fim de manter sua capacidade funcional pelo maior tempo possível. O profissional avalia o idoso por meio de entrevista, testes e algumas vezes (se necessário) com a realização de alguma atividade. Com base nas informações colhidas e na interpretação dos dados obtidos, traçamos os objetivos do tratamento e o que faremos durante as sessões. É importante valorizarmos aquilo o que o idoso consegue fazer e, a partir daí, caminhar para atividades mais complexas.
Vemos, portanto, a relevância de cuidar da manutenção das capacidades do idoso, de diminuir seu estresse, de estimular sua independência e de resgatar seus vínculos, ações que também são alvo da Terapia Ocupacional.
Renata Costa da Silva
Tags: cuidar de idosos, idoso, memória, ocupação, reabilitação, Terapia Ocupacional.

O idoso e a demência

O idoso e a demência
A população mundial está envelhecendo, principalmente nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. A terceira idade é a faixa etária que, proporcionalmente, mais cresce nas apresentações dos censos demográficos. Como cita Dr. Renato Veras: “Somos um país jovens de cabelos brancos!”
Temos, hoje no Brasil, por volta de 15 milhões de pessoas acima de 60 anos. Daqui a 20 anos serão contabilizados 32 milhões! Assim, irá haver um incremento, um aumento de doenças próprias da velhice, tais como as doenças cardíacas, as orteoartroses, a osteoporose e as doenças neurológicas degenerativas, onde as demências têm um destaque todo especial.
Patologias que cursam cm demência:
Demência vascular
É a demência causada por várias enfermidades que têm em comum a origem vascular, ou seja, o conhecido derrame ou trombose, como também, a obstrução de pequeninas artérias cerebrais (Biswanger) ou por causas cardio-respiratórias (parada cardíaca ou outra causa de falta de oxigênio no cérebro).
Apresenta quadro clínico de demência mais agudo (repentino), após evento neurológico tipo derrame ou trombose. O diagnóstico é feito pelo exame clínico pelo médico. A tomografia computadorizada ou a ressonância magnética de crânio também ajuda muito.
Doença cortical difusa dos corpos de Lewy:
Pode ser facilmente confundida com a doença de Alzheimer. É causada pelo acúmulo de grande quantidade de substâncias chamadas de CORPOS DE LEWY, no córtex cerebral.
O quadro clínico apresenta 3 estágios:
• primeiro estágio dura de 1 a 3 anos, caracterizado por esquecimento leve, alguns episódios, alguns períodos rápidos de delírios e falta de iniciativa no dia-a-dia.
• No segundo estágio, ocorre a piora das funções cerebrais cognitivas (memória, linguagem, orientação no tempo e no espaço). Piora dos delírios, com alucinações auditivas e visuais (ouve e vê coisas). É muito comum haver quedas (cair no chão).
• Fase mais avançada, com distúrbios psiquiátricos tipo psicose, agitação e confusão mental. Não toleram o uso de neurolépticos ( Haldol, Neozine, Melleril…)
Como a doença de Alzheimer o diagnóstico é feito pelo médico, através do exame clínico. O diagnóstico de certeza é feito através da biópsia cerebral, da anatomia patológica.
Doença de Pick:
Esta patologia demencial foi descrita pela primeira vez por Arnold Pick, em 1892, na cidade de Praga, República Tcheca. É um quadro degenerativo cerebral, onde os sintomas estão associados à atrofia cerebral do lobo temporal esquerdo ou lobos fronto-temporal. É um tipo mais raro de demência, com menos de 5% de todos os casos de demência. É raríssimo após a idade de 70-75 anos. Ocorre mais em pessoas entre 45-65 anos de idade.
O quadro clínico pode ser de dois tipos:
• Comprometimento frontal: paciente falante, inquieto, despreocupado, com pouca iniciativa, apresentando mudança de personalidade e alterações de linguagem (fala vazia, sem nexo ou repetitiva).
• Comprometimento fronto-temporal: apatia, sexualidade exacerbada, mudança de hábito alimentar. Também pode apresentar uma afasia de entendimento e de expressão ( não se entende o que se vê ou o que se fala).
O diagnóstico provável também é clínico, sendo que o diagnóstico de certeza é feito somente com a biópsia cerebral ou pós-mortem (necropsia).
Doença de Huntington
Em 1872, George Huntington descreveu uma doença neurológica que tinha três características principais: é hereditária, evolui para demência e ocorria na fase adulta ( e não na terceira idade). Em 1993, o gene que provoca esta doença foi decodificado, localizando-se no braço curto do cromossoma 4.
Esta doença pode ocorrer entre 25 a 50 anos ( principalmente por volta dos 40 anos). O quadro clínico inicia-se com movimentos involuntários na face, nos ombros e nas mãos, que chama-se coréia. Depois, aparecem falhas em relação à memória, alterações na fluência verbal e na realizações de cálculos, que irão piorando progressivamente. Também ocorrem em fases mais iniciais os distúrbios de ordem psiquiátricas, tais como a depressão, a agressividade, a esquizofrenia e o alcoolismo. Existem casos relatados de suicídio. Não existem exames diagnósticos de certeza, sendo o diagnóstico feito pelo exame clínico do médico.
Doença de Parkinson
Sabidamente conhecida por todos, apresentando 4 características principais, que são: os tremores de extremidades, a dificuldade de andar, a instabilidade postural (perder o equilíbrio) e a rigidez dos membros e do corpo.
Pode evoluir para demência em pacientes que apresentam esta doença por um tempo mais prolongado, ou que só apresentam Parkinson após a idade de 70 anos.
Tags: Alzheimer, cérebro, cuidar, memória, Parkinson, terceira idade.

As demências

As demências
Primeiramente, iremos definir o que é demência. Depois, mostraremos os dez sinais mais comuns nesta síndrome; e posteriormente, mostraremos as principais doenças que cursam com a síndrome da demência.
O que é demência?
Demência não é somente um tipo de doença, de patologia. Ela é considerada uma síndrome. O que é uma síndrome? Síndrome é um grupo de sinais físicos (sinais em nosso corpo) e sintomas que a pessoa apresenta, sendo comum em várias doenças diferentes. Como exemplo, citamos a síndrome do cólon irritável, que apresenta como características principais dor abdominal, gases e ritmo intestinal alterado (diarréia ou prisão de ventre). Pode ser ocasionado por várias doenças intestinais.
Assim, a demência também é uma síndrome que apresenta três características principais:
• Esquecimento ou problemas com a memória.
• Problemas de comportamento (agitação, insônia, choro fácil, comportamentos inadequados.).
• Perda das habilidades adquiridas pela vida (dirigir, vestir a roupa, gerenciar vida financeira, cozinhar, perder-se na rua…).
Existem várias doenças que se apresentam como a síndrome da demência. A mais comum é a doença de Alzheimer. Também, temos a doença de Lewy, a doença de Parkinson, a hidrocefalia de pressão normal, dentre outras.
10 Sinais mais comuns nas demências
• Déficit de memória
• Dificuldades de executar tarefas domésticas
• Problema com o vocabulário
• Desorientação no tempo e espaço
• Incapacidade de julgar situações
• Problemas com o raciocínio abstrato
• Colocar objetos em lugares equivocados
• Alterações de humor de comportamento
• Alterações de personalidade
• Perda da iniciativa – passividade

Carta de um idoso co Alzheimer ao seu cuidador...

Carta de um idoso com Alzheimer ao seu cuidador
“Prezado Cuidador,
Lembre-se de que sou uma pessoa consciente, portadora de uma doença que compromete minhamemória, minha linguagem e meu raciocínio. Por isso, ajude-me a aceitar a demência sem revolta e infelicidade. Não perca a paciência se eu pedir a mesma coisa por mais de uma vez. É a única maneira que tenho de dizer que eu não lembro o que falei antes.
Eu não sou deliberadamente teimoso, mau, ingrato ou desconfiado. A deterioração do meu cerébro faz com que eu me comporte diferente do que eu gostaria. Se eu tivesse um braço quebrado, você com certeza não ficaria irritado comigo por estar impossibilitado de fazer certas coisas, não é mesmo? Mas eu tenho um cérebro que está a cada dia se deteriorando. Então, não me culpe pelos efeitos que a doença de Alzheimer tem em minha habilidade de executar certas tarefas.
Eu não esqueço a finalidade de magoar, irritar, embaraçar ou confundir. A doença me faz confuso e desorientado. Nove de dez vezes você está certo em me lembrar de algo, vá em frente; por mais que eu demonstre constrangimento ou me aborreça. Eu sei que preciso que me lembrem de tudo.
Não tire todas as responsabilidades de mim. Eu estou vivo e quero estar incluído na sua vida e nas decisões que têm de ser tomadas. Não desista de mim. Me estimule sempre. Não solucione todos os meus obstáculos. Isto somente me faz perder os respeito por mim mesmo e por você. Não me repreenda ou discuta comigo. Isso pode fazer você se sentir melhor, mas só piora as coisas para mim; eu me reprimo mais e me afasto mais das pessoas com receio de errar sempre.
Não tenha vergonha de mim, não me esconda em casa. Leve-me para passear, ver o sol nascer, o jardim florido, as crianças na praça… eu posso até não entender o que estou fazendo nos lugares, mas com certeza SINTO. Com certeza, eu vejo a beleza do mundo que me cerca. Olhe-me nos olhos quando for falar comigo. Transmita-me paz e serenidade. Não fale de mim como seu eu não estivesse ali. Mantenha minha dignidade.
Não zombe de mim quando eu fizer minhas confissões; quando eu confundir os nomes dos filhos, do cônjuge, dos netos, o local onde estou, quando eu me perder dentro de minha própria casa. Lembre-se que eu preciso de ajuda e compreensão. Por isso, conheça a doença para poder entender o que eu passo e sinto.
Você poderá se sentir sozinho quando a doença avançar, mas saiba que não foi minha escolha ter demência. Por isso, não me abandone. A natureza da minha doença me faz mudar de personalidade. Quando estivermos reunidos e sem querer faça minhas necessidades fisiológicas, não fique com vergonha e compreenda que não tive culpa, pois já não posso controlá-las.
Não me reprima quando não quero tomar banho; não me chame a atenção por isto. Quando minhas pernas falharem para andar, dê-me sua mão terna para me apoiar. Não tenha vergonha, nem preconceito de mim. Afinal, eu não escolhi ter Alzheimer. Não fuja da realidade: eu tenho uma doença maligna. Não chore por mim, nem se deprima por ter que conviver com um demente. Não se sinta triste, enjoado ou impotente por me ver assim. Dê-me em seu coração, compreenda-me e me apóie.
Por último, quando algum dia me ouvir dizer que já não quero viver e só quero morrer, estiver em fase terminal e vegetal, não se enfades. Algum dia entenderás que isto não tem a ver com seu carinho ou o quanto te amei. Trate de compreender que já não vivo, senão sobrevivo, e isto não é viver.”
Autor desconhecido
Tags: Alzheimer, carta, cuidador de idosos, cuidar, cuidar de idosos, idoso.

Dicas para prevenir quedas em idosos

Sete dicas para prevenir quedas em idosos

Sete dicas para prevenir quedas em idosos
As quedas constituem a primeira causa de acidentes na população com idade superior a 60 anos. Suas consequências podem causar ainda mais incapacidade, uma vez que este idoso será hospitalizado e cerca de 10% de sua massa muscular pode ser perdida por dia de hospitalização.
Tendo em vista este cenário, a melhor alternativa é prevenir um evento que é comum, mas de graves danos, na população idosa:
• Enquanto caminhar preste bastante atenção nesta tarefa, evite se distrair mais do que o necessário;
• Procure se assegurar com seu médico sobre os efeitos das medicações que você está tomando, pois algumas podem favorecer a queda;
• Realize atividades físicas compatíveis com seu estilo de vida e segundo sua aptidão física;
• Caso sinta tontura enquanto está em local público ou em casa, sente em um local seguro e peça ajuda caso necessário;
• Promova um ambiente livre de riscos para quedas;
• Realize suas atividades em seu ritmo, para isso, saia de casa mais cedo se necessário, evitando correr ou se apressar na rua enquanto anda na rua;
• Procure desviar de buracos ou desníveis na rua ao invés de tentar pular os mesmos.
Tags: acidentes, casa, cuidar, Dicas, população idosa, quedas.

Juliane de Lemos Armada Ramos
- juliane.lemos@gmail.com