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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Alice

Alice não mora mais aqui

Indiscutivelmente, pois bem, tirei o título deste blog do filme para contar uma grande aventura vivida por uma bela senhorinha, que resolveu aprender a nadar depois de 70 anos de idade. E foi uma grande campeã de natação, na sua faixa etária. Seu nome: ALICE HANNICKEL SIMÕES. Ate aí, só pela idade já seria um grande feito, mas tem um detalhe que me esqueci de passar para vocês: continuou a competir por vários anos, mesmo acometida pela doença de Alzheimer, após seus 80 anos!

Alice Hannickel Simões
Com mais de 20 anos de vivências e histórias nas geriatrias mineiras e brasileiras, poucas vezes vi uma família tão dedicada e sedenta de aprender sobre o enfretamento da doença de Alzheimer. Suas duas filhas buscaram todas as informações possíveis, fizeram cursos, participaram de reuniões de auto-ajuda da ABRAz (Ass. Brasileira de Alzheimer) em sua cidade, chegaram até a participar de congresso brasileiro de Alzheimer, na condição de familiares. E a mãe, Alice, ora morava com uma filha em Minas Gerais, ora com a outra filha em São Paulo.
Não me esqueço de quando chegava ao consultório, seus olhos brilhavam, lembrava-se de mim e com aquele sorriso (quase uma gargalhada!) me dizia, batendo em minha barriga: “Nossa, como ele está mais gordinho, que gracinha!”

Vera e Alice (camisetas laranjas)
Dona Alice nadou em várias competições, por várias cidades, sempre recebendo o carinho e a admiração de todos os esportistas e torcedores. Com mais de 90 anos, já cansada e debilitada pelas limitações impostas pela demência, já não conseguia mais nadar e mantinha-se alheia a toda aquela movimentação de competições que tanto gostava. Sua memória e sua dependência pioravam, já não podia mais viajar e ficava restrita ao quarto. Quando a visitava, notava que não mais me conhecia e nem esboçava aquele sorriso. Sua filha dizia para mim: “Alice não mora mais aqui!”
No dia 16 de maio último, nas primeiras horas da manhã, já acamada e totalmente dependente, Alice, como se não quisesse incomodar, deixou-nos como merecia: dormindo em sua casa, calma e em paz… Não precisou do hospital, da UTI, da emergência. Simplesmente foi!
Nossa homenagem a essa mulher guerreira e às suas filhas, Marta e Vera. Deus abençoe vocês!

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