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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Instituição de longa permanência

O que é instituição de longa permanência para idosos?
Se meu andar é hesitante e minhas mãos trêmulas, ampare-me…
Se minha audição não é boa e tenho de me esforçar para ouvir o que você está dizendo, procure entender-me…
Se minha visão é imperfeita e o meu entendimento é escasso, ajude-me com paciência…
Se minhas mãos tremem e derrubam comida na mesa ou no chão, por favor não se irrite, tentei fazer o melhor que pude…
Se você me encontrar na rua, não faça de conta que não me viu, pare para conversar comigo, sinto-me tão só…
Se você na sua sensibilidade me vê triste e só, simplesmente partilhe um sorriso e seja solidário…
Se lhe contei pela terceira vez a mesma “história” num só dia, não me repreenda, simplesmente ouça-me…
Se me comporto como criança, cerque-me de carinho…
Se estou com medo da morte e tento negá-la, ajude-me na preparação para o adeus…
Se estou doente e sou um peso em sua vida, não me abandone, um dia você terá a minha idade…
A única coisa que desejo neste meu final da jornada, é um pouco de respeito e de amor…
Um pouco… Do muito que te dei um dia ! (autor desconhecido)
As INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA (ILP) são estabelecimentos para atendimento integral institucional, cujo público alvo são as pessoas de 60 anos e mais, dependentes ou independentes, que não dispõem de condições para permanecer com a família ou em seu domicílio. Essas instituições, conhecidas por denominações diversas – abrigo, asilo, lar, casa de repouso, clínica geriátrica e ancianato – devem proporcionar serviços na área social, médica, de psicologia, de enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional, odontologia, e em outras áreas, conforme necessidades desse segmento etário (SBGG-SP).
O aumento de idosos dependentes e com necessidades especiais, torna complexo o seu atendimento nas ILPs, pois não basta proporcionar-lhes abrigo, alimentação, recreação e encaminhamento para cuidados médico-hospitalares, quando necessários. Por isso, não se pode pensar apenas num programa de assistência social. Não podem faltar dieta adequada, os cuidados diários de enfermagem e todos os programas que promovam e mantenham a autonomia do idoso, além da criação de um ambiente adequado e seguro para o idoso dependente. Temos defendido que a ILP é uma moradia, mas uma moradia especializada. Por isso, achamos apropriado o emprego da expressão, que se encontra na literatura internacional: serviço de natureza híbrida ou mista, médico-social, onde se conjugam os serviços de assistência social e de assistência à saúde. É um atendimento que exige uma equipe multi-profissional e com preparo básico em Gerontologia. (Tomiko Born – gerontóloga)
Pesquisa: Idosos no Brasil – Vivências, desafios e expectativas na 3ª idade
Instituições de longa permanência
Uma pequena parte da população brasileira tem vínculos com pessoas que estão em instituições de longa permanência, muito embora cerca de metade já tenha visitado alguma e saiba que existem instituições tanto públicas quanto particulares.
A possibilidade de poder vir a morar em uma instituição, se necessário, é algo já pensado e possível para quase dois terços dos idosos, se não houver outra opção.
A praticidade e funcionalidade das instituições, como não ter que se preocupar com os afazeres e horários são os aspectos mais positivos vistos nas instituições, porém essa mesma perda do controle sobre sua rotina é um dos aspectos que mais desagrada.
Por outro lado, a presença constante de companhia, não se sentir um incômodo para a família e ter profissionais adequados para cuidá-los são outros atrativos das instituições, mas “o problema é que as boas são muito caras”.
O que mais pesa negativamente na imagem que os idosos fazem das instituições de longa permanência é a presença de pessoas com problemas mentais, serem tratados como crianças e a sensação de que, ao entrarem, nunca mais sairão – perspectiva que se agrava associada à possibilidade de rompimento dos vínculos afetivos, a perda do contato com a família e com os amigos, visitas pouco freqüentes e a impossibilidade de passarem o dia fora quando quiserem.
A imagem de descuido causada por más condições de higiene e mal trato não são muito associadas às instituições, mas os idosos acreditam que as instituições ficariam com seu dinheiro.
• Apenas 11% da população brasileira têm parente ou amigo que vive em casas de longa permanência. Entre os idosos, este índice sobe para 15%.
• Embora o vínculo com pessoas que asiladas seja baixo, 46% dos idosos já visitou alguma instituição deste tipo.
• Mais da metade da população brasileira adulta (57%) sabe que existem tanto instituições públicas como particulares para receber idosos, 20% acham que só existem instituições públicas e 11%, só particulares.
• Quando aventada a possibilidade de, se preciso, morar em uma instituição para idosos, 39% dos idosos aderem com certeza e 22% talvez, enquanto entre os não idosos 46% afirmam que, se necessário, com certeza morariam e 24% talvez. Assim, entre os idosos 61% poderiam vir a morar em uma instituição de longa permanência, caso fosse necessário.
• No entanto, a aceitação à possibilidade de morar em uma instituição de longa permanência é vista antes como decorrência da ausência de outra alternativa, pela eventual ausência de familiares e o risco de ficar na rua.
• Para não incomodar os outros são razões que, para 16% dos idosos, justificam a possibilidade de morar numa instituição. Razões associadas à dependência, ou por não ter quem cuide ou para não depender de ninguém, são as causas de 12%.
• Um índice menor remete a possibilidade de que morar em uma instituição pode oferecer maior bem estar, por ter tratamento adequado (8%, idosos e 10%, entre não idosos) e companhia (9%, ambos os públicos).
• Por outro lado, as relações familiares são as razões mais mencionadas para não morar em uma instituição de longa permanência, devido ao fato de terem uma família e esta não permitir, a falta que sentiriam da família e para não ficarem esquecidos (23% entre os idosos e 15%, entre não idosos).
• A imagem negativa das instituições, associada à idéia de tratamento inadequado, a um ambiente associado a tristeza ou à falta de higiene e a falta de companhia, ou ainda a convivência com estranhos, são outros fatores que afastam a disposição dos idosos de morarem em uma delas.
• Para melhor conhecer o imaginário dos idosos sobre as instituições de longa permanência, algumas frases do senso comum, de caráter positivo e negativo, foram avaliadas medindo o grau de concordância dos entrevistados com as mesmas.
• Frases de caráter positivo receberam maior concordância, ressaltando a praticidade e funcionalidade das instituições tais como “os idosos não têm que se preocupar com comida e afazeres domésticos” (79%) e “tem quem controle o horário dos remédios” (76%).
• A mudança no hábito de vida, marcada pelo fato de “ter horário pra tudo e não poder ter sua própria rotina” é verdade para 71%, 68% concordam que “lá nunca estão sozinhos, tem companhia o tempo todo” e que “nas instituições o idoso deixa de ser um incômodo para a família”.. Dois terços dos idosos (66%) também concordam que nas instituições “têm profissionais adequados para tratar dos idosos”. Mas “o problema das instituições é que as boas são muito caras”.
• Idéias de caráter negativo como as de que nas instituições para idosos “há muitas pessoas com problemas mentais” recebem a concordância de 63% e pouco mais da metade concorda que “nas instituições tratam o idosos como crianças” e que “depois que o idoso entra numa instituição nunca mais sai” (56%, ambas), além do fato de que “o problema das instituições é que elas ficam com o dinheiro do idoso” (54%).
• Frases que ressaltam aspectos relacionados à perda de vínculos afetivos como “o idoso perde o contato com a família e os amigos”, “o regime de visitas nas instituições para idosos é pouco freqüente” e “o idoso não pode passear ou passar o dia fora” recebem a concordância de pouco mais que metade dos idosos.
• As frases que mereceram menor concordância foram “as instituições para idosos não têm boas condições de higiene (41%), “nas instituições para idosos a família pode vir a hora que quiser” (37%) e “nas instituições os idosos são mal tratados” (30%).
A pesquisa Idosos no Brasil – Vivências, desafios e expectativas na 3ª idade foi realizada pela Fundação Perseu Abramo por meio de seu Núcleo de Opinião Pública, em parceria com o SESC Nacional e SESC São Paulo. Data do campo: 01 a 23 de abril de 2006.

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