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terça-feira, 19 de outubro de 2010

O idoso e a demência

O idoso e a demência
A população mundial está envelhecendo, principalmente nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. A terceira idade é a faixa etária que, proporcionalmente, mais cresce nas apresentações dos censos demográficos. Como cita Dr. Renato Veras: “Somos um país jovens de cabelos brancos!”
Temos, hoje no Brasil, por volta de 15 milhões de pessoas acima de 60 anos. Daqui a 20 anos serão contabilizados 32 milhões! Assim, irá haver um incremento, um aumento de doenças próprias da velhice, tais como as doenças cardíacas, as orteoartroses, a osteoporose e as doenças neurológicas degenerativas, onde as demências têm um destaque todo especial.
Patologias que cursam cm demência:
Demência vascular
É a demência causada por várias enfermidades que têm em comum a origem vascular, ou seja, o conhecido derrame ou trombose, como também, a obstrução de pequeninas artérias cerebrais (Biswanger) ou por causas cardio-respiratórias (parada cardíaca ou outra causa de falta de oxigênio no cérebro).
Apresenta quadro clínico de demência mais agudo (repentino), após evento neurológico tipo derrame ou trombose. O diagnóstico é feito pelo exame clínico pelo médico. A tomografia computadorizada ou a ressonância magnética de crânio também ajuda muito.
Doença cortical difusa dos corpos de Lewy:
Pode ser facilmente confundida com a doença de Alzheimer. É causada pelo acúmulo de grande quantidade de substâncias chamadas de CORPOS DE LEWY, no córtex cerebral.
O quadro clínico apresenta 3 estágios:
• primeiro estágio dura de 1 a 3 anos, caracterizado por esquecimento leve, alguns episódios, alguns períodos rápidos de delírios e falta de iniciativa no dia-a-dia.
• No segundo estágio, ocorre a piora das funções cerebrais cognitivas (memória, linguagem, orientação no tempo e no espaço). Piora dos delírios, com alucinações auditivas e visuais (ouve e vê coisas). É muito comum haver quedas (cair no chão).
• Fase mais avançada, com distúrbios psiquiátricos tipo psicose, agitação e confusão mental. Não toleram o uso de neurolépticos ( Haldol, Neozine, Melleril…)
Como a doença de Alzheimer o diagnóstico é feito pelo médico, através do exame clínico. O diagnóstico de certeza é feito através da biópsia cerebral, da anatomia patológica.
Doença de Pick:
Esta patologia demencial foi descrita pela primeira vez por Arnold Pick, em 1892, na cidade de Praga, República Tcheca. É um quadro degenerativo cerebral, onde os sintomas estão associados à atrofia cerebral do lobo temporal esquerdo ou lobos fronto-temporal. É um tipo mais raro de demência, com menos de 5% de todos os casos de demência. É raríssimo após a idade de 70-75 anos. Ocorre mais em pessoas entre 45-65 anos de idade.
O quadro clínico pode ser de dois tipos:
• Comprometimento frontal: paciente falante, inquieto, despreocupado, com pouca iniciativa, apresentando mudança de personalidade e alterações de linguagem (fala vazia, sem nexo ou repetitiva).
• Comprometimento fronto-temporal: apatia, sexualidade exacerbada, mudança de hábito alimentar. Também pode apresentar uma afasia de entendimento e de expressão ( não se entende o que se vê ou o que se fala).
O diagnóstico provável também é clínico, sendo que o diagnóstico de certeza é feito somente com a biópsia cerebral ou pós-mortem (necropsia).
Doença de Huntington
Em 1872, George Huntington descreveu uma doença neurológica que tinha três características principais: é hereditária, evolui para demência e ocorria na fase adulta ( e não na terceira idade). Em 1993, o gene que provoca esta doença foi decodificado, localizando-se no braço curto do cromossoma 4.
Esta doença pode ocorrer entre 25 a 50 anos ( principalmente por volta dos 40 anos). O quadro clínico inicia-se com movimentos involuntários na face, nos ombros e nas mãos, que chama-se coréia. Depois, aparecem falhas em relação à memória, alterações na fluência verbal e na realizações de cálculos, que irão piorando progressivamente. Também ocorrem em fases mais iniciais os distúrbios de ordem psiquiátricas, tais como a depressão, a agressividade, a esquizofrenia e o alcoolismo. Existem casos relatados de suicídio. Não existem exames diagnósticos de certeza, sendo o diagnóstico feito pelo exame clínico do médico.
Doença de Parkinson
Sabidamente conhecida por todos, apresentando 4 características principais, que são: os tremores de extremidades, a dificuldade de andar, a instabilidade postural (perder o equilíbrio) e a rigidez dos membros e do corpo.
Pode evoluir para demência em pacientes que apresentam esta doença por um tempo mais prolongado, ou que só apresentam Parkinson após a idade de 70 anos.
Tags: Alzheimer, cérebro, cuidar, memória, Parkinson, terceira idade.

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